segunda-feira, abril 17, 2006

Duas ( novas) poéticas colaterais

Rum com coca-cola

Naqueles tempos bons,
quando eu me embriagava
tomando doses generosas
de rum montilla com coca-cola,
não havia guerra do Iraque,
o Rio de Janeiro era o centro
da civilização,
Paraíba não existia no mapa
do Brasil,
eu tomava banho de mar
com um maiô emprestado
e gritava:
-Oh Pátria Amada!

(Maria José Limeira, poeta da Paraíba)


Poema inédito

No fío do novelo
no límite da la.
Alí as mañás que amaba,
os sonidos do charol na terra,
no pulso as horas dun tempo impreciso
e esas dúas grandes rodas de liberdade
para fuxir no olor da primavera.
A infancia asómase á varanda desta esquina,
chulas de pan
sucre nos dedos.

(Ana Romaní, poeta da Galiza)

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