quarta-feira, abril 26, 2006

Seamus Heaney, uma tradução

Trabalho de Campo

Onde descorava o salgueiro a cada brisa,
onde o olho do merlo amante vigiava,
onde o feto estava sempre verde,

eu ficava parado a observar-te
ias da cancela do curral à encruzilhada
e estendias a mão para colher a roupa limpa nos tojais.

Eu podia ver a tua marca da vacina
retesada no antebraço, e cheirar o cheiro a carvão
do trem que entre nós passa, mercadorias lento,

vagão após vagão cheio de olhos grandes do gado.

(Tradução: J.T.Parreira)

Field Work

Where the sally tree went pale in every breeze,
where the perfect eye of nesting blackbird watched,
where one fern was always green

I was standing watching you
take the pad from the gatehouse at the crossing
and reach to lift a white wash off the whins.

I could see the vaccination mark
stretched on your upper arma, and smell the coal smell
of the train that comes between us, a slow goods,

waggon after waggon full of big-eyed cattle.

(Seamus Heaney)

Sem comentários: