quarta-feira, novembro 01, 2006

Voo 0475

: depois descolou da terra o seu peso, subiu
para o tempo inconsútil, a hora de ponta
do azul prateado.
Sob o tráfego aéreo as árvores, as casas, os nomes
das ruas
reduzem os átomos,
magros desenhos, como no verde estampado
da tua blusa sentada com os olhos
presos na janela.
Não a contemplo na sua altivez,
a nave que enfrenta a gravidade, estou dentro,
estou bloqueado numa água azul
num aquário no meio do tráfego, levanto-me,
mas ando sobre nuvens.

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