quinta-feira, maio 10, 2007

Chamo-os

(Uma conversação sobre Hebreus 11, 4, ss )

Os ombros de Abel, de longe
voltam-se para mim
e um cordeiro emana
como nuvem de lã
E Enoque, que saía do chão, volúvel
transparente
para a alegria celeste
Estava Noé no silêncio
da sua janela, no meio de escura água
e olhava para cima, movido
pelas fontes do céu
E Abraão, quando chamado
viu ao longe, desafiou os olhos
para a luz suave das estrelas
Em algum sótão do sono
Jacob necessitava de um pouco
de sonho
E pelas pegadas do gado Moisés,
pelo deserto, regressa
até mim.
Chamo-os, enquanto
Raabe do corpo
desenlaça
um fio escarlate.

2 comentários:

Unknown disse...

João estás no meu blog com
a tua poesia.

Memória transparente disse...

Lindo, João.

Beijinho.