sexta-feira, setembro 14, 2007

Edmond Jabès, poeta egípcio-judeu



Poema

Deixei uma terra que não era a minha
por outra à qual também não pertenço.
Refugiei-me num vocábulo de nanquim,
e tenho o livro como espaço;
palavra de lugar nenhum, obscura fala do
deserto.
Não me cobri durante a noite.
Nem mesmo tentei me proteger do sol.
Andei nu.
De onde eu vinha, não fazia mais sentido;
Aonde eu ia não incomodava ninguém.
Vento, digo-lhes, vento.
E um pouco de areia no vento.

(Tradução de C.M)

3 comentários:

hfm disse...

Como gostei de conhecer!

Memória transparente disse...

Obrigada pela partilha e por dar a conhecer este poeta.

Beijinho.

Artur Corvelo disse...

olhó j t parreira, tal como disse no bbde, há qualquer coisa de verdadeiramente evangélico na tua escrita.

Parabéns pelo blog, pela escrita,
do lord wimsey