domingo, fevereiro 24, 2008

Sozinho Todavia Muitos


Se pudesse eleger uma solidão
elegeria, a solidão
de uma cidade, de Lisboa
às primeiras horas matinais
uma arcada ainda cinzenta
mesas encerradas
de pé sobre a cinza
dos cigarros, a névoa
sobre o Tejo
sozinho todavia muitos
elegeria da solidão
Pessoa a sentar-se à mesa
a escrever Tejo como
um rio de ode
a falar com o eco
da sua voz nos outros.
22/2/2008

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