quinta-feira, maio 22, 2008

A Lua de 1969


Do lado de cá estou eu. O outro lado não tem luz.
Clélia Mendes


Do outro lado há ventos
em silêncio, a noite
é uma espessura, corta-se
quase à faca. Do lado de lá qualquer
pequena luz seria um céu.
Do outro lado o relógio
não é uma luz. Do outro lado
as estrelas escondem a oxidação
das humidades e quebraram
já as suas pontas
há gerações
estelares. Ali o homem
seria demasiado. Do outro
lado os cometas sustentam
visões na sua cabeleira.
22-5-2008

3 comentários:

Memória transparente disse...

Deste lado, digo gostei.

Beijinho, João.

bsh disse...

Parabéns!!!

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jfarinha disse...

Olha... outro poema da Lélé!!!