sexta-feira, janeiro 22, 2010

Lisbon Revisited ( II )

Outro inédito para revisitar Lisboa, do Poeta Brissos Lino


Aguarela de Carlos Botelho

LISBOA

“Lisboa, que não é mais, teve ela mais víciosQue Londres, que Paris, mergulhadas nas delícias?
Lisboa está arruinada, e dança-se em Paris."
(Voltaire, Poème sur le désastre de Lisbonne, 1755)



Lisboa não disse nada em 1755
resguardou-se no silêncio
sofreu o dano e calou
renasceu depois, como a Fénix,
de quase todas as ruínas
enterrou os mortos
cuidou dos vivos
reorganizou a sua luz
como nunca

Pela mão férrea do Marquês
voltou a dançar
mas não a valsa
- Lisboa, não sejas francesa -
uma dança mais popular
diferente dos nobres salões
dourados e frívolos
de Paris.


20/1/10

(Brissos Lino)

1 comentário:

Anderson Fabiano disse...

há em cada poeta, um pouco dessa lisboa de 1755. morremos a cada amor perdido, mas, sempre temos um marques dentro de nós que nos faz renascer dançando a música certa.
meu carinho,
anderson fabiano