segunda-feira, abril 05, 2010

A ode chamada marítima


«Ah, todo o cais é uma saudade de pedra!»
Álvaro Campos


Dispondo do vento sobre o papel
e do cheiro a oceano que vem
do meio da multidão
das águas, sozinho, em pé
no baloiço do meu próprio corpo
escrevo como outrora o hebreu
à beira do Eufrates
e o que choro é um
choro nítido a meu modo
ao cair das tardes
no cais molhado de gaivotas
deserto, pequeno e sem viagens.

2-4-2010

1 comentário:

hfm disse...

Das suavidade do encadeamento sem histórias mas com história. Gostei. Muito.