domingo, março 18, 2012

A vista do Cais de Álvaro de Campos

(Foto de Adelino Lyon de Castro, 1952)

 “Fiquei a vê-lo: primeiro junto ao cais
com um certo ar simpático”
Mário Cesariny de Vasconcelos


À vista do cais do Álvaro de Campos
na linha do horizonte, há um paquete
um ponto vago a fazer, ao que parece
exercícios de equilíbrio
Começa a ficar nítido o costado
pequeno, negro e sozinho
à sua maneira contra o mar vasto
deixa no ar o Verão com uma nuvem de fumo
Sob o olhar clássico de quem olha
de um cais com a saudade em pedra
e vidro das lágrimas partidas
traz a vida marítima de longe
a bordo para o cais, é real, sozinho
e deixa para trás um mistério.

16/3/2012

1 comentário:

hfm disse...

O mistério que nunca se acaba!